Dia da Amazônia: com feira gastronômica, shows e debates, programação ocupa cidades do Pará
Dia da Amazônia no Marajó é celebrado com roda de carimbó Divulgação Carimbó e performances drag. Lambe-lambe poético e festival gastronômico da cozinh...

Dia da Amazônia no Marajó é celebrado com roda de carimbó Divulgação Carimbó e performances drag. Lambe-lambe poético e festival gastronômico da cozinha periférica. Plantio de árvores, rodas de conversa sobre justiça climática, vivências culturais de juventudes e celebrações ribeirinhas no Marajó. Essa é a cara do Setembro Amazônico, agenda construída por coletivos, organizações e comunidades da Amazônia Legal para marcar o Dia da Amazônia, 5 de setembro, e que se estende até o fim do mês em várias cidades do Pará. Neste ano em que Belém se prepara para sediar a COP30, a programação no estado reforça que a Amazônia não é apenas um território de debate global, mas um espaço vivo de resistência, cultura popular e invenção política cotidiana. Com o mote “Celebrar a Amazônia e os biomas é soberania”, as atividades acontecem em Belém, Ananindeua, Altamira e Marajó, trazendo para o centro da cena comunidades periféricas, quilombolas, ribeirinhas, juventudes e artistas urbanos. Construção coletiva A programação não teve uma curadoria única. Foi resultado de um processo de escuta e articulação coletiva no ecossistema VOZES, que reúne organizações e movimentos da Amazônia Legal comprometidos com a defesa da floresta e de seus povos. Cada grupo propôs atividades a partir de suas realidades e estratégias de território, compondo uma agenda diversa, multilinguagem e enraizada. Para Deuza Brabo Almeida, porta-voz do VOZES e cofundadora do Coletivo Reocupa (MA), essa é a força do calendário. “O reconhecimento de quem historicamente protege a floresta é também um gesto político. Ao colocar comunidades periféricas e ribeirinhas como protagonistas, deslocamos o centro do debate e mostramos que soberania é cuidar da terra, da vida e das pessoas que garantem a continuidade da Amazônia.” As atividades ocupam praças, ruas, comunidades e centros culturais, aproximando o debate climático do cotidiano popular. Performances artísticas, oficinas, feiras e festividades se tornam instrumentos de mobilização. “A arte sensibiliza, conecta e mobiliza. Estar nas ruas é afirmar o direito ao território e à cidadania. A ocupação cultural é também organização popular e construção de futuro”, destaca Deuza. Vila da Barca traz Feira Gastronômica para falar de cultura alimentar no Dia da Amazônia Divulgação Programação 📍 Belém – 5 de setembro Aula pública “COP30 na Quebrada” (Icoaraci, 8h30) Festival Gastronômico da Cozinha Periférica (Vila da Barca, 17h) Juventudes que Ecoam, com rodas de conversa e vivências culturais (Casa Aberta, 14h) Distribuição de mudas pelo MAB (UFPA, 8h às 12h) 📍 Ananindeua – 5 de setembro Campanha #ClimaDeVerdade, com rodas de conversa e cartografia afetiva (Casa Cura, 9h às 17h) 📍 Belém – 6 de setembro Oficinas e rodas de conversa sobre justiça climática, gênero, racismo ambiental e corpos amazônicos em movimento (Casa Aberta, a partir de 10h) 📍 Altamira – 6 de setembro Geração Amazônia na Praça dos Sonhos: muralismo, vídeos educativos e teatro infantojuvenil (Santa Benedita, 16h30 às 20h) 📍 Belém – 7 de setembro Colagem coletiva no Grito dos Excluídos com o Coletivo Lambe pela Democracia (a partir das 9h) 📍 Marajó – 20 e 21 de setembro Festividade Poraquê em Salvaterra e Muaná, com comunidades ribeirinhas e quilombolas, oficinas, exibição de curtas e jogos. VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará