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Entre ciência e saberes tradicionais: instituições de Santarém mostram como cuidar da Amazônia

Araras pousam em uma árvore numa área de floresta amazônica REUTERS/Bruno Kelly/File Photo No Dia da Amazônia, celebrado nesta sexta-feira (2), Santarém, ...

Entre ciência e saberes tradicionais: instituições de Santarém mostram como cuidar da Amazônia
Entre ciência e saberes tradicionais: instituições de Santarém mostram como cuidar da Amazônia (Foto: Reprodução)

Araras pousam em uma árvore numa área de floresta amazônica REUTERS/Bruno Kelly/File Photo No Dia da Amazônia, celebrado nesta sexta-feira (2), Santarém, no oeste do Pará, se destaca como um dos polos de iniciativas que unem ciência, tecnologia e saberes tradicionais em defesa da maior floresta tropical do planeta. Pesquisador da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e liderança social ligada à ONG Projeto Saúde e Alegria (PSA) mostram como, a partir da região do Tapajós, é possível criar soluções que impactam não só a Amazônia, mas o mundo inteiro. ✅ Clique aqui e siga o canal g1 Santarém e Região no WhatsApp De um lado, a Ufopa transforma Santarém em um polo de produção científica voltado à Amazônia. De outro, o Projeto Saúde e Alegria leva apoio social e sustentabilidade a comunidades ribeirinhas. Segundo o professor e pesquisador Júlio Tota, da Ufopa, as universidades têm papel decisivo nessa missão. “As pesquisas realizadas nas universidades podem contribuir de forma decisiva para a preservação da Amazônia porque reúnem ciência, inovação e formação de pessoas qualificadas”, destacou. Na Ufopa, pesquisas sobre biodiversidade, recursos hídricos, solos e mudanças climáticas ajudam a entender melhor os processos ecológicos e os impactos da ação humana. Esses estudos orientam políticas públicas e acordos internacionais voltados à conservação. Instalação de novo equipamento no Observatório Atmosférico da Ufopa em Santarém Divulgação Entre as inovações desenvolvidas, estão o uso de satélites, drones e sensores para monitorar desmatamento e queimadas, além de técnicas de manejo sustentável da floresta e de recuperação de áreas degradadas. Outro ponto fundamental é a valorização dos saberes tradicionais. A universidade atua em parceria com comunidades indígenas e ribeirinhas da região, fortalecendo práticas de uso sustentável da floresta e geração de renda compatível com a conservação. Além da produção científica, a Ufopa forma profissionais especializados e mantém projetos de extensão que aproximam a universidade da sociedade. “A internacionalização da ciência também amplia a visibilidade da Amazônia e atrai recursos para sua preservação”, explicou Júlio. A Amazônia que pulsa nas comunidades tradicionais Comunidades tradicionais em Santarém Agência Santarém/Divulgação Se a ciência gera dados e tecnologias, as comunidades tradicionais trazem a sabedoria de viver em equilíbrio com a floresta. Para Caetano Scannavino, coordenador da ONG Projeto Saúde e Alegria, que atua há 37 anos em Santarém e no Baixo Tapajós, a Amazônia não pode ser vista apenas por sua natureza exuberante. “O que mais me fez permanecer aqui não foram as belezas de Alter do Chão ou as águas cristalinas, mas sim as pessoas. Quem olha de fora imagina uma Amazônia vazia, sem ninguém dentro, mas aqui existe um povo com um conhecimento fundamental para os tempos de emergência climática”, afirmou. Caetano Scannavino conta como as pessoas de fora veem a Amazônia Ele destaca que, mais do que os recursos naturais, é o modo de vida amazônico que pode ensinar a humanidade a repensar suas prioridades. “Aqui, a cooperação vem antes da competição, o coletivo antes do individual. A felicidade não está apenas no consumo, mas no bem-viver: a amizade, o banho de rio, a família, a saúde, a alegria.” Ribeirinho de Alter do Chão, em Santarém Murilo Bomfim/Acervo Pessoal